domingo, 23 de agosto de 2015

A difícil questão da privação do sono...

O sono...
antes de ser mãe pensava como seria possível certas mães passarem noites a fio sem dormir, como se mantinham em pé...pensava que se isso sucedesse comigo que não sabia como ia aguentar... Mal sabia eu... LOL. Sempre me deitei tarde, mas era uma dorminhoca, quando chegava do trabalho, exausta, dormia...de manhã se não houvesse nada programado era a dormir que ficava. 
Quando estava grávida as constantes vezes que me diziam "aproveita para dormir agora" eu dizia que era bom que existisse um banco de horas para o sono... Mas não existe...

Os gémeos nasceram e tinha de os acordar de 3h em 3h para comerem por terem menos de 3Kg... e dormiam tão bem, aqueles 15 dias achamos sempre que temos os bebés mais dorminhocos e calminhos do mundo...até verem que já estão cá fora. 
Ao inicio das 3h de intervalo pouco chegava...entre dar mama um, biberão a outro, trocar fralda, tirar leite com a bomba e ainda desencaroçar o peito por vezes...sobrava 1h até repetir tudo de novo.

Depois de atingirem os 3 Kg já não era necessário acordá-los...mas eis que eles já tinham o relógio incorporado e não falhava...
Depois ouvimos que aos 3 meses o sono melhora...e depositei expectativas nos 3 meses...e nada de melhorar, depois dizem que com a alimentação complementar eles melhoram... ela chegou e melhorias? Nenhumas!... Depois é porque é uma questão de tempo...e comecei a perder a esperança...tinham 6 meses e acordavam umas vezes 2, outras 4, outras mais vezes... aos 7 meses pior estavam...quase de hora a hora...7 meses de noites e noites sem nunca dormir mais de 2h seguidas, estava a ficar exausta, sem produtividade nenhuma, sentia que já não estava a conseguir dar o meu melhor, chateava-me com tudo e com todos...
Até que uma noite às 3h da manhã estive 2h a tentar adormecer a Mara, que só queria estar a dormir ao colo em género de montanha russa...porque se parasse era a choraderia pegada. E tinha de estar as 8h30 no trabalho.
Depois dessa noite, cheguei ao trabalho exausta, sem capacidade para aquilo que faço, já ia em 210 noites em que dormir mais de 2h seguidas era uma miragem e em vez de ir vendo melhorias, estavam piores, a acordar 1x ou mais por hora, comigo por vezes sozinha com os 2, pois o pai trabalha por turnos e faz muitas noites. Depois ouves aqueles conselhos que é "dorme quando eles dormirem"... pois isso já sabemos, era bom era que fosse possível, por vezes era, mas só por vezes, 1º dormirem os 2 ao mesmo tempo nem sempre acontece e mesmo que deixe coisas de casa pendentes as refeições têm de ser feitas, programadas, a deles é indispensável...e fazer sopa de carne, peixe leva o seu tempo...a roupa deles, lavar e estender...para mim/ nós até pode faltar mas para eles não!

Então falei com uma amiga e pedi desesperadamente um livro que ela já me tinha falado, mas achava que o tempo era mesmo a solução, mas já não estava a ser possível esperar pelo tempo que não vinha...alguma coisa tinha de tentar melhorar.

O livro não deve ser lido tipo "chapa 5", deve ser interpretado e adaptado ao que em casa deve ser mudado, ajudou-me a compreender alguns pontos chave que me poderiam ajudar a melhorar o sono deles, porque o meu podia andar perdido por aí, e era difícil, mas eles estavam a ficar muito irrequietos e birrentos por não terem um sono de qualidade, que é tão importante para o crescimento e desenvolvimento, já diziam os antigos que "dormir é meio sustento" é durante o sono que se liberta a hormona de crescimento e em que as ideias e novas aprendizagens se organizam.
Após ler o livro passei a deita-los entre as 20h e as 20h30,em vez de ser as 22h/ 22h30, a dar o banho antes de dormirem, para relaxarem e associarem o banho à ida para a cama, fazem as sestas como faziam, antes de almoço, depois e ao fim do dia, mas a do final do dia não deixo que ultrapasse as 18h. Se adormecerem perto disso deixo no máximo dormirem até as 18h30. Quando assim é deito-os às 21h.
A meio da noite dava o leitinho pois achava que tinham fome, tipo às 4h da manhã, pois acalmavam quando bebiam, mas percebi que não tinham fome, era mais eu que utilizava o leite como ajuda para dormirem. Se choravam ia lá e pegava ao colo, embalava, dava palmadinhas no rabinho para acalmarem e adormeciam, ia a correr para o quarto acalma-los e adormece-los sobretudo devido ao pânico de ter os 2 a chorar ao mesmo tempo...
Depois de ler...percebi que era importante eles adormecerem sozinhos, aprenderem a fazê-lo para também saberem readormecer sozinhos com os despertares nocturnos...e o pânico de se acordaram tinha de deixar de parte para conseguir que se habituassem também ao acordar um do outro sem que isso os perturbasse. 
Então a 1º noite estive no quarto 3h...ora adormecia um, ora chorava o outro, quando um estava a adormecer o outro acordava com a chroandeira do irmão...e foi assim durante 3h até adormecerem os 2. Eu não saí de junto deles, fui acalmando, dando miminhos, peguei ao colo quando estavam a chorar mais, acalmava voltava a deitar... a diferença é que apenas os acalmava, sem os adormecer, não os deixei lá até estarem mesmo a dormir, mas eles choravam porque queriam adormecer como sempre, com o colo, embalo, palmadinhas...etc...
Adormeceram e fui-me deitar..a meio da noite acordaram e novamente chorito, estive 1h sentada no cadeirão junto aos berços, para eles se sentirem seguros, fazia festinhas mas não peguei...e a partir daí foi sempre melhorando...ao fim de 3 noites já dormiam a noite toda e quando acordavam nem sempre choravam...não estava a acreditar que era possível!
Já foi ha 2 meses que iniciamos estas rotinas e nunca mais precisei de os adormecer, apenas os acalmo quando estão mais excitados, canto baixinho dou beijinhos e deito-os...têm a fraldinha e um peluche sempre na caminha, que não sai de lá, e a chuchca que tanto adoram.
Pela 00h dou o leitinho e ficam a dormir. faz-me confusão jantarem e não comerem mais nada... e ficam mais aconchegados. E porque o leite é importante, a restante alimentação é complementar ao leite e não o leite que complementa o resto...
Ha noites que dormem a noite toda, mas ainda acordam, por vezes adormecem sozinhos outras vezes vou la por a chucha, dar um miminho, ou quando estão mais chorosos ou irrequietos, levo par aa minha cama, (sabe tão bem!) acalmo-os lá e deito-os na caminha deles quando estão quase a dormir...mas acontece 1 vez em toda a noite...não como estava a ser, de hora em hora...dormir 4h seguidas para mim já é muito bom.
O sono também precisa de ser educado, eles precisam de um sono de qualidade para crescerem saudáveis. 

Se antes não sabia como faziam as outras mães para se manterem em pé após estarem noites a fio sem dormirem, agora sei bem...quando somos mães temos forças que desconhecemos e por eles vamos busca-las nem sabemos bem onde...desdobramos-nos em mil...quase entramos em coma...mas aguentamos-nos e vamos esticando e esticando a corda...até que sentimos que já não estamos bem. Mas o importante é reconehcer e tentar encontrar uma solução saudável para toda a família.
Feliz dia que li aquele livro!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Os grupos de entreajuda do facebook

Os grupos do facebook e fóruns mas penso que mais os grupos são uma forma bastante interactiva de partilha de informação e experiências. 
Quando fiquei grávida pesquisava imensos nos fóruns, colocava dúvidas, respondia a dúvidas de outras, e assim obtive alguma das informações que precisava e assim partilhava experiências com outras mulheres.
Quando ainda estava grávida a minha companheira de barriga Inês falou-me diversas vezes de um grupo de Mamãs de Novembro 2014, que ia ser bom para mim, mas eu sempre receosa que algo pudesse não correr bem esperei até ter as 25 semanas e estar mais confiante... aí aceitei o convite e aderi!Está agora a fazer 1 ano, feliz dia que aderi, tenho a certeza que muita coisa aprendi lá, e já não passo 5 minutos do meu dia sem ver como estão todas... é um grande companheirismo, entreajuda, uma ajuda honesta e aberta. O segredo do grupo é sermos poucas, sabermos os nomes umas das outras e dos nossos filhos. Sei que se tomo decisões mais informadas sobre certas coisas é porque este maravilhoso grupo me abriu horizontes.
Na gravidez pelo repouso não tive oportunidade de fazer workshops, aulas de preparação para o parto, nada... e com estas mamãs aprendi bastante. A partilha de informação, a partilha de momentos bons e maus, das glórias e das tristezas, já faz parte do meu dia a dia.


Perto do final da gravidez fui convidada pela Fátima para o grupo Mamãs de Gémeos, é um grupo maior, onde todas nos sentimos compreendidas nesta aventura dos gémeos, lá sei que compreendem as vitórias, os momentos de pânico, o terror que é não dormirem... lá falamos a mesma linguagem. O que mais me cativou é que mesmo sendo muitas, existem aquelas mamãs de sempre, que nem que coloque um Olá elas vão também responder ao teu Olá... estão sempre em cima e sempre com uma palavra para ajudar.
Através deste grupo fui ao 1º encontro de gémeos, mesmo indo um pouco tímida, pois ver as pessoas é sempre diferente (o meu marido então nem sei como o convenci, mais tímido ainda) mas tornou tudo mais real e menos cibernautico.
Obrigado a todas por ajudarem sempre com uma palavra e por fazerem parte desta aventura!!!

Com eles não nos sentimos tão sozinhas, e mesmo aquelas dúvidas parvas que não perguntamos a ninguém, desta forma até parecem que deixam de ser parvas porque sabemos que decerto alguém até tinha a mesma dúvida... e não nos inibimos de perguntar a mais pequena coisa. 

Li ha uns tempos um artigo que falava que estes grupos até ajudam a superar depressões pós-parto, por isso mesmo, pelo puder que têm de uma pessoa não se sentir um bicho estranho.
Eles podem também ter efeitos negativos, ha que saber filtrar a informação...ha muita tendência a fazer-se comparações de tudo... na gravidez são os sintomas ou ausência deles, depois  são as fases de desenvolvimento, em que uns já fazem umas coisas e outros não, e para algumas mães isso pode ser stressante, conheço quem tenha saído de um grupo por ser supersticiosa e por haver bebés doentitos e que não estava a lidar bem com isso e preferiu ficar de fora. Quando não se consegue lidar e filtrar a informação, quando algumas coisas são geradoras de stress, nesse caso o melhor é mesmo sair. 

domingo, 9 de agosto de 2015

Alimentação complementar - sentar a comer a sopa

Estávamos ansiosos por esta etapa, não queremos que o tempo passe depressa mas depois anisamos novas etapas pela curiosidade que despertam, ver a reacção deles, a expectativa de como vai alterar a rotina...

Mas as etapas vêm e por vezes percebo que o melhor era não ter tido pressa.
Bebés alimentados a leite materno em exclusivo iniciam esta etapa aos 6 meses (embora algumas mães por uma questão de logística pelo regresso ao trabalho iniciam entre os 5 e os 6 meses) bebés que bebem só ou também leite adaptado iniciam aos quatro,

Por aqui iniciaram aos 4 meses...quando olho para traz vejo como ainda não estavam preparados, eram tão molinhos, tão bebés...
Começou o "regabof"... a adaptação à colher!

Geralmente começa-se pelas sopas pois são de mais difícil adaptação e dizem que ao provarem as papas primeiro pode ser mais difícil a aceitação da sopa. Mas há pediatras que quando os bebés têm baixo peso optam por aconselhar primeiro as papas.

Há que referir que não há consenso no que toca a este tema...é muito vasto, cada pediatra tem a sua sentença, havendo regras básicas como:  introduzir os legumes gradualmente para puder despistar possíveis alergias e não experimentar coisas novas ao mesmo tempo para saber sempre qual o elemento novo caso haja alguma reacção. Frutos vermelhos, não antes dos 12 meses assim com o tomate. 
Depois se estivermos algo informadas também é uma questão de jogarmos com a informação que temos e também com o nosso instinto de mãe e com o que conhecemos dos nossos bebés.
A pediatra dos meus deu luz verde para gluten aos 4,5 meses, mas não tive pressa e só introduzi aos 6 meses, foi opção minha, pois o gluten é um elemento que pode ser causador de grandes intolerâncias e alergias e com o sistema digestivo tão imaturo, não achei que deveria ter pressa quando no mercado havia opções de papa sem gluten.

Começando pelas sopas, iniciamos por um puré básico de cenoura ou abóbora, batata e cebola e a cada 3 dias acrescenta-se um novo legume. Tentando não ultrapassar os 4 a 5 legumes por sopa para não sobrecarregar o sistema digestivo do bebé.

Por aqui não foi pêra doce... não estavam nada preparados para comer à colher...biberão e a maminha eram tão bons, para quê agora comer com colher?!

É normal das primeiras vezes eles não comerem quase nada, afinal a sopa em nada tem a ver com o leite a que sempre se habituaram...para alem do sabor a colher também é-lhes estranha, fui insistindo, de sorriso no rosto lol, fui dando, choravam um pouquinho,afinal é a forma de se manifestarem. Eu só não insistia quando era um choro gritado e principalmente quando puxavam o vómito. 
Parece fácil agora falar, mas na 1ª semana ainda chorei de stress, principalmente a M que deitava tudo fora, cuspia tudo...
Só queria que ela comesse, sentia-me tão insegura quando ela não comia... depois teorias pro aí não faltam... "dá leite se não comeu...", "não dês porque senão depois já não come sopa porque sabe que bebe o leite...", há sempre opiniões diferentes para qual quer cosia que façamos...por isso mais uma vez é o que o nosso instinto nos disser que deve ser feito juntamente com bom senso. As poucas vezes que a Mara não comeu mesmo nada eu dei leite! Se isso serviu para não comer das outras vezes? Não! Claro que cada bebé é um ser individual e não existem fórmulas mágicas. Já o D comia e come que dá gosto! 
Experimentei de tudo...sopa liquida, sopa grossa, mais quente, mais fria, cantar, macacadas, basicamente fazia o pino, tentava manter  o sorriso no rosto, para ela ver que é suposto ser um momento agradável, mas ela parecia olhar para mim com aquele ar de "olha-me esta, deve pensar que sou parva...ela é que está com ar de parva!" LOL e depois cuspia tudo.  E eu à beira de um ataque e de nervos lol.

Comecei também a perceber que as nódoas eram muito difíceis de sair e que tinha de arranjar babetes à prova de comida lolol...
Comprei de plástico, outros com mangas.... ufff...tudo para a batalha da colher!

Até que a fórmula magica era sopa grossa, tipo puré de legumes e pôr-lhe a chucha após cada colherada...assim comia e não vinha mais para fora...
Podem pensar que é mais uma manha, e não deixa de ser, mas assim comia tudo, eu ficava com o coração mais tranquilo e eis que aos 7 meses deixou de ser precisa porque começou a aceitar melhor a sopa. Simplesmente comecei a deixar de dar tantas vezes, e agora já não a utiliza. Continua a fazer teatrinhos como fazer "brrrr", a palrrar com comida na boca, a fingir que tosse lol...só para ela é meia hora para comer a sopa. Do D não posso falar porque ele come em 10 minutos, e chora se não tiver a boca com comida, chora no fim porque quer mais... tenho de preparar tudo e só depois leva-lo para a cozinha porque quando percebe que vai comer é o berreiro até começar...adora a hora da refeição!

Se a AC (alimentação complementar) começar aos 4 meses convém que a cadeira da papa recline, pois embora já segurem a cabecinha o equilíbrio ainda é muito pouco e se não estiverem confortáveis mais difícil será aceitarem a comida. E porque não é bom para eles. 

Aos 6 meses já têm mais equilíbrio do tronco e cabeça já ,podem ficar em cadeiras mais direitinhas. Por aqui emprestaram umas da Chicco que reclinam e tem redutor, aos 6 meses começamos a dar nas do Ikea, óptima aquisição, pois são praticas, fáceis de lavar e leves. Não são as melhores a nível de segurança, pois não tem sinto torácico, apenas abdominal, mas são muito boas. 
Cadeira Ikea

Tínhamos 2 cadeiras reclináveis que agora já não usamos, mais porque lhes faz muito calor devido ao plástico. Usamos 1 do Ikea e uma portátil de pôr na mesa, que compramos para quando formos de férias, sempre ocupa menos espaço. 

Em relação a ter gémeos, há quem se adapte a dar uma colher a cada, dando assim aos 2 ao mesmo tempo... ora pois por aqui como a princesa não é fã da hora da sopa e o irmão é sôfrego a comer, cada um precisa do seu momento individualizado. 

Tivemos indicação para dar sempre fruta após as refeições principais, e assim o é desde os 4 meses. Sopinha e depois fruta. A quantidade que se recomenda é que o total seja aproximadamente a quantidade de leite que bebem por biberão, caso seja LM exclusivo é um pouco às cegas até perceberem a quantidade com que ficam satisfeitos.

A Sopa:
Têm 8 meses e como legumes já introduzimos- batata, batata-doce, abóbora, cenoura, cebola, alho, alho-francês, alface, brócolos, couve- flor, couve-coração, couve-lombarda, beringela, courgete, chuchu e feijão verde.

Aos 12 meses introduziremos as leguminosas (feijão, grão de bico, ervilhas, favas, ...), o nabo, agrião, beterraba, nabiças e espinafres.

A fruta começamos com maçã, pêra e banana, como recomendado. É preferível ser crua, mas inicialmente nós cozíamos pois era melhor aceite por eles, agora a unica que continuamos a cozer é a maçã. banana é o fruto menos apreciado por eles. 

De fruta já comeram: banana, maça, pêra, melão, meloa, ameixa amarela e vermelha, mamão, damascos, nectarinas, pêssegos vários, manga.

Quando precisamos de sair cozo a vapor (temos bimby), guardo nuns potes e levo, até hoje ainda não precisei de comprar "bledines", levo é placa de gelo numa malinah térmica para ir refrigerado, a sopa e a fruta.

Quando começamos aos 4 meses, comiam sopa de legumes aos almoço, depois aos 4,5 meses introduzimos a papa ao lanche, aos 5 meses introduzimos a carne ( frango e perú), aos 6 meses o peixe, em que comiam sopa de carne ao almoço e de peixe ao jantar, (peixes brancos e magros- pescada, maruca, solha, dourada, pargo, garoupa, linguado) e introduzimos como carne o coelho e o borrego. 
Quando chegaram aos 6 meses íamos passar a dar 2 sopas, durante 2 semanas dei primeiro sopa de carne ao almoço e de legumes (sem proteína) ao jantar, para se habituarem a 3 refeições de colher, depois aos 6,5 meses introduzi o peixe. Não quis que fosse tudo rápido e apressado, há pediatras que aconselham o peixe mais tarde, eu fui seguindo o plano da nossa e adaptando aquilo que sentia que os meus bebés precisavam. 

minha salvadora é a bimby, cozinho a vapor num papelote de prata o peixe, noutro papelote a carne e noutro/s papelote(s) a fruta, enquanto descasco os legumes estes cozinham durante 20 minutos. depois deixo arrefecer, enquanto a sopa faz desfio o peixe.

Copos da Avent com unidoses de sopa
Como para 2 faço 2L de sopa, coloco legumes no copo e na varoma e trituro em 2x no final misturo tudo.
Depois divido em 2 partes mais ou menos iguais e trituro metade com a carne, e a outra metade com o peixe.

A introdução da colher nem sempre é fácil, há crianças difíceis, é um momento ansiado mas de stress, pois penso que todos adoramos ver crianças a comer bem, é um descanso...eu tenho 2 bebés, da mesma barriga, e tão diferentes e na hora de comer então...é o 8 e o 80!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Amamentar gémeos

Amamentar é sem dúvida um conceito mágico, cheio de perlimpimpins, que parece que é tudo fácil, isto é, o bebé nasce, sabe logo pegar no peito, mama, fica satisfeito, arrota e dorme... Eu tinha um pouco a visão real pois sou enfermeira e no estagio vi que não era bem assim...mas tinha mesmo só uma ideia...!

Sempre tive presente a ideia de querer amamentar, sabia que com dois iria ser mais complicado, mas possível!
Antes de ter os gémeos comprei umas blusas com botões, o marido era um pouco cético, achava que o peito pequeno era sinónimo de pouco leite e que com 2 que não era viável.

Pois bem, eles nasceram, o parto correu muito bem, como já referi parto normal... e 2h depois vieram as graves complicações... fiz uma grande hemorragia por atonia uterina, perdi muito sangue o que me atirou para um repouso quase absoluto, para além de muito fraca, também tinha muitas dores na episiotomia (o corte que é realizado no parto por via vaginal).

Logo após o parto, vieram à mama, à vez, mas percebemos que eles não tinham nascido ensinados quanto a mamar... eram pequenos, e a mama mesmo que pequena parecia tão grande junto à carinha deles...

Sou completamente a favor da amamentação, este é o super alimento que deve ser dado sempre que possível em exclusivo até aos 6 meses.  Mas acho que é o melhor quando ambos estão bem, mãe e bebé e que não esteja a ser uma barreira na relação de ambos, em que seja gerador de stress, pois os bebés sentem tudo. Há mães que levam a questão da amamentação muito a fundo, e conseguem contra todas as expectativas manter o aleitamento materno em exclusivo, e manterem por largos anos ( a OMS recomenda aleitamento materno até aos 2 anos) mas é preciso ter muita convicção, força e sentirem-se seguras de si mesmas e do bebé...

Eu estava debilitada, fraca, e aceitei que dessem Leite Adaptado (LA) na maternidade, eles não mamavam e a Mara chegou a estar umas horas na neonatologia por hipoglicémias. Não me sentia com forças para naquele momento ser insistente com a amamentação.
Contra o que se preconiza, nunca fui contra a utilização da chucha,e dei no 1º dia aos meus filhos, a questão é que ela é uma barreira na amamentação, havendo bebés que rejeitam a mama devido à chucha e por isso ela é desaconselhada em algumas maternidades.
A verdade é que a chucha ajudou a que desenvolvessem o reflexo de sucção, teria sido melhor se conseguisse que passassem mais tempo à mama, mas a fraqueza era muita e eles eram 2 preguiçosos e malandros.

Ao 5º dia viemos para casa, utilizei mais um objecto desaconselhado, o mamilo de silicone, mas foi a forma que tive para que mamassem. Assim era uma maravilha, o objecto em si é que não me seduzia nada...era uma barreira e eles mandavam imensas vezes aquilo ao ar lolol...Fui tentando sem aquilo varias vezes mas não havia meio.

Estive para contactar uma CAM( Conselheira em Aleitamento Materno), para quem não sabe, existem conselheiras de amamentação que se deslocam a casa das mamãs e que ajudam muito com a questão da amamentação.  Frequento um grupo privado no Facebook que me ajudou bastante. Existe também  http://www.vamosdardemamar.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=1, tem uma linha de apoio para qualquer dúvida.
Eles vieram para casa com LA e maminha, quando um mamava o pai dava o biberão com LA ao outro, comecei a tirar com a bomba após cada mamada para esse leite puder ser dado no biberão enquanto eu dava mama, mas a rotina com os gémeos era esgotante, tínhamos de dar de comer de 3h em 3h para aumentarem de peso ( fazíamos um intervalo de 3h porque bebibam LA, o que vinha à mama por vezes tinha fome mais cedo e dava mama novamente.) Quando terminávamos de tratar dos 2 sobrava 1h para voltar a repetir tudo de novo, mudar fralda, dar mama ou LA, pôr a arrotar, tirar leite com a bomba...
Porque não dava aos 2 ao mesmo tempo? Porque a Mara engasgava-se muito, era muito trapalhona e eu stressava, preferia dedicar aquele tempo a cada um, também experimentei dar mama a um e depois mama a outro invés de ir à bomba, mas enquanto o pai estava para ajudar era uma grande ajuda, daí ter optado por tentar tirar com a bomba.

Quando pensei em contactar a CAM para tentar retirar o LA e mamilo de silicone.. 12 dias após o parto fui novamente para a urgência com uma grave hemorragia, aí tive muito medo...
Estive 24h internada ( fiz 2 transfusões, no pós parto já tinha feito 3) e ai vim para casa com indicação para repouso, 0 esforços...não podia tratar deles, apenas dar miminho e maminha se possível deitada para não fazer força na barriga...
Até terem mês e meio foi muito complicado para mim, sentia-me uma espectadora, numa fase que passa tão rápido... tudo passa demasiado rápido...mas aquela recuperação parecia tão longa e interminável...
Então deixei tudo como estava, LA alternado com Leite Materno (LM) para eu puder ter algum repouso, o medo que tudo se repetisse era imenso...pois tive muito medo de não voltar a vê-los...

Se foi fácil? Não... as mamas encaroçaram, para alem de acordar para dar de comer tinha de massajar o peito para dissolver caroços, colocava toalhas quentes antes da mamada, toalhas frias depois, tirava leite para guardar quando por algum motivo não estivesse e para ajudar a aliviar o outro peito,..foi muito complicado aliado ao cansaço. Tinha receio de uma mastite (inflamação de gladulas mamárias), fiz imensas feridas/gretas por eles serem muito trapalhões,mas depois já não chamei ajuda, ficava sempre para amanhã e ia passando...
Usei mamilo de silicone até terem 3 meses, fui sempre tentando retirar até que consegui.
Como estavam a LA começaram a alimentação complementar (sopas e papa) aos 4 meses, mas continuaram a mamar e assim foi até as 7 meses, que foi quando começaram a rejeitar por eles, viravam a cara, empurravam, choravam...insisti um tempo, até que me rendi às evidências...Mas custou-me aceitar... ao inicio foi difícil implementar a amamentação pois foi doloroso, o cansaço era muito, mas foi possível, quando deixaram de mamar, foi um momento difícil
para mim, pois adorava aquele momento só nosso...foi o cortar de outro cordão umbilical...

A questão da amamentação tem muita falta de informação espalhada por aí... e muitas crenças antigas que faz com que muita gente fale sem saber, deixando a mãe stressada e insegura... até pediatras que ainda falam em dar de mamar de 3h em 3h... amamentar não tem horários, não tem tempos definidos...quem define é o bebé, quando quer quanto quer, chama-se Livre Demanda. Existem picos de crescimento que fazem com que o bebé peça mama mais vezes, mame mais tempo e pareça que nunca está saciado, mas ao fim de dias passa e restabelece o padrão, esses picos servem para aumentar a produção de leite face ao crescimento do bebé... o corpo humano é maravilhoso e nada é ao acaso.

O importante é a tomada de decisão consciente, e que faça a mãe sentir-se bem consigo e com a maternidade...e ignorar comentários alheios de pessoas que acham que sabem sem saber...
Gostava de ter amamentado em exclusivo mas não o fiz,as complicações não ajudaram e depois mantive esta forma de alimentar os meus bebés pois foi o que se adaptou a nós e à minha sanidade mental.

 Em relação à almofada de amamentação, utilizava as vezes mas sem grande eficácia, o peito pequeno fazia com que tivesse de me curvar um pouco então acabava por dar sem o apoio da almofada,

Em relação ao pudor...amamentei onde fosse necessário...a maldade está na cabeça das pessoas, de quem vê a amamentação como um acto de exposição e não como necessidade. Ha sempre formas de atenuar a exposição da mama para quem não se sente à vontade, eu por vezes utilizava uma fraldinha, mas recusava-me a tapar a cara deles pois amamentar requer o contacto visual entre mãe e filho. Quem tivesse mal paciência!

Aqui estão as informações sobre como deve ser o aleitamento materno: http://www.leitematerno.org/oms.htm


terça-feira, 4 de agosto de 2015

De dois passámos a quatro

Casámos em 2009 e passados uns tempos começamos a pensar ter filhos.
Antes de engravidar aproveitávamos bastante, saíamos muito, viajávamos quando possível, fazíamos jantares com amigos, dormíamos…sim dormir um bem precioso! LOL… O tempo era suficiente para nós e sobrava…
Embora felizes, sabíamos que nos faltava o que ia dar o verdadeiro sentido à vida… um filho! Mas como um era pouco para tanto amor viram aos pares.
Antes achava que a vida iria mudar sim, mas que seria mais fácil do que realmente é manter vida social, dizia sempre que não entendia porque as pessoas deixavam quase de conviver com os outros porque tiveram filhos… que abdicavam muito de elas mesmas…
Pois bem pela boca morre o peixe!!! A verdade é que o amor que se tem por um filho faz com que tudo aquilo que parecia óptimo passe a ser apenas bom, pois óptimo e maravilhoso é aproveitar o tempo que se tem, com eles.

Continuo a estar com os amigos…mas ou estou na companhia deles, ou consigo por poucas vezes estar apenas eu e alguém. Não só porque quero aproveitar cada momento com eles, pois o tempo passa depressa demais mas também porque os turnos do marido são um pouco malucos e acabo por estar bastante tempo só eu e eles.
É muito absorvente, mas também não sou pessoa de me acanhar e saio com eles para praticamente todo o lado, a logística pode parecer difícil, mas para mim é mais difícil estar fechada em casa com eles.
Vou ao centro comercial, ao café, andar pela Costa da Caparica. Aproveito geralmente o intervalo das refeições. Se estiver acompanhada e for disfrutar de mais tempo fora de casa tento que seja de tarde pois o lanche é mais fácil de dar que outra refeição.
O Diogo come bem o que quer que seja, já a Mara… o lanche vai que nem ginjas mas a sopa…requer algumas manobras lol, mas falarei sobre isso num post um dia destes.
A vida a quatro é muito mais especial, divertida, cansativa, absorvente, assustadora, mas acima de tudo muito feliz! O ser humano tem capacidade de se adaptar as circunstâncias, umas pessoas fazem-no com mais facilidade que outras, com mais ou menos ajudas… Mas todos conseguimos. Umas vezes requer lágrimas à mistura, sim porque fácil ninguém disse que era. Mas supera tudo ver e sentirmos que somos capazes e que eles são felizes.

Quando o Luís começou a trabalhar assustou-me ficar só eu e eles, as noites então eram mesmo assustadoras, ficar sozinha com eles deixava-me a tremer da cabeça aos pés, mas estar acompanhada por vezes era ainda mais stressante pois ficava mais difícil adaptar-me, conhecê-los, implementar rotinas pois a ajuda é muito boa sem dúvida mas algum dia teria de enfrentar a vida com eles os dois e então que fosse desde logo, e preferi ir tentando, mesmo assustada, mesmo aterrorizada… mesmo sabendo que iam chorar os dois ao mesmo tempo e que eu ia ficar sem saber para onde me virar. Pois com ajuda há sempre colo, há sempre consolo mas sempre gostei de me sentir independente e capaz de superar os desafios e sentir que sou capaz. E por isso ter ajuda por vezes deixava-me mais stressada pois sabia que se chorassem não ia ter tempo para perceber os choros, as necessidades e um facto é que mãe de gémeos (falo por mim) tem pânico que se habituem ao colo, que não se acalmem de outra forma, pois quando tivesse sozinha seria eu, 1 colo e 2 bebés… As birras depois de dias intensos de visitas eram assustadoras, para mim não havia nem há nada mais difícil que estarem de birra, gritam, esperneiam... nem sempre acalmavam com facilidade pois ficavam desorganizados, tudo isto a dobrar...
As minhas grandes amigas? As espreguiçadeiras! Até aos 7,5 meses, pois lá sim conseguia embalar os dois ao mesmo tempo.
Atenção que colinho não faltou nem falta, só não é possível fazer tudo com eles ao colo…pois não cabem os 2 no mesmo colo. Por isso habituaram-se a esperar, a estarem na espreguiçadeira. Quando o papá estava e está tudo é mais calmo pois caminhamos na mesma direcção e percebemos bem o que é preciso fazer para que as coisas vão funcionando.

Poucas foram as vezes que saímos sem eles, sempre achamos que seria bom eles habituarem-se a ver pessoas, a estar com mais gente, algum barulho quando necessário, para mais tarde não estranharem, para pudermos estar com amigos sem ser em casa e não estarem sempre de birra…  e assim tem sido, quando vamos e saímos com eles, tentamos gerir as sestas e quando precisam dormir no carrinho dormem e nós aproveitamos um pouco.

O que ainda não fiz em 8 meses?
Ir a uma discoteca ou a um bar à noite. Se sinto falta? Sim sinto, por vezes apetece… porque ainda não o fiz? Porque não surgiu oportunidade, porque à noite a vontade de dormir é mais que muita e porque é-me difícil imaginar que vão estar inquietos e o pensar que se não for eu a estar lá, que outra pessoa mesmo que seja o pai ou uma das avós que vão ficar atrapalhados sozinhos com os dois a chorar. Pois por mais que haja rotinas e que saiba explicar formas de os acalmar, nem sempre funciona e por vezes é instintivo… e isso já não posso explicar pro telefone… e bem sei como é ter os 2 a chorar ao mesmo tempo e não saber qual acalmar primeiro…
De resto já consegui:

Jantar/ almoçar com amigos, fui 2x ao cinema e fui a 1 despedida de solteira de uma grande amiga. Txarammm :D . Fico feliz quando vou, sabe-me bem, mas a cabeça fica meia perdida, parece que não estou completa, mesmo estando contente por aquele momento, mas fico imensamente feliz quando regresso a casa, fica uma sensação de alivio por já estar em casa. Sair acaba por ser um sentimento agridoce. Mas faz bem, quebra a rotina, chega-se a casa com novas baterias.

Passei a dar mais valor à rotina (que nunca foi a minha praia..era o que me apetecia à hora que queria), mas sem dúvida que é a maior aliada dos pais de gémeos, só assim é possível diminuir o stress, pois ajuda a estarem calmos, organizados, consegue-se ser mais previsível. E  a dormir ( sempre me deitei tarde, mesmo quando entrava de manhã). A estar em casa e a desfrutar de cada momento. Mesmo quando só me apetece entrar em coma para fazer uma cura de sono LOL.

Sermos 4 passou a ser tudo mais intenso, 24h passaram a ser curtas para o que o dia exige...Acima de tudo passou a ser tudo MUITO MELHOR!

Porque um blogue é sempre uma ajuda

Olá,
neste momento que escrevo e que início esta caminhada no mundo dos blogues é o momento em que eles dormem e tenho um pouco de tempo para mim.
Tenho um casal de gémeos com 8 meses, nascidos a 17-11-2014, o Diogo que nasceu primeiro e a Mara. 
São o meu Sol, a noticia surgiu na 1ª ecografia, ficámos os dois felizes e assustados...mas rapidamente não me imaginava de outra forma! Foi uma gravidez muito feliz, desejada, vivi cada momento, cheguei às 37 semanas+2 dias e o parto foi induzido pois já não estavam a crescer, estavam muito apertados e eu GIGANTE :). Foi parto normal... o pós parto teve algumas complicações, mas que nem vale a pena lembrar porque o que lá vai lá vai e fica o que a vida tem de melhor, o amor incondicional, não sabia o que era, mas agora mais que nunca sei que existe!
Dois seres tão pequeninos e que já tanto me ensinaram...
Resolvi fazer este blogue porque:
-1º gosto e tenho curiosidade sobre blogues de mães de gémeos, perceber as rotinas, como os envolvem em actividades e os estimulam, as birras, como lidam com o dia a dia...
-2º porque gosto de saber sobre alimentação e alternativas mais saudáveis ao que o mercado e grandes superfícies oferecem e partilhar convosco.
-3º para quem diz "gostava tanto de ter gémeos", é uma bênção sem dúvida...mas há dias muito difíceis, sobretudo por não termos 4 braços e por eles não saberem esperar...aí sim complica... E assim desabafo sobre esta loucura tão boa mas que tem momentos que acho que vou parar à psiquiatria.
- 4º porque sinto que aprendi tanto, que me ensinam tanto, que é bom puder ser útil para quem o ler.

Sou tão criança quanto eles, não me importo de rebolar no chão, que me despenteiem, é chato ter de vestir uma roupa lavada todos os dias pois eles sujam-na sempre de alguma maneira...Mas acima de tudo o importante é vê-los felizes, e sentir a cumplicidade e ligação que nos une, que é tão especial. E que tudo se faz quando o amor é imenso!